UMA PALAVRA DO DIRETOR
Falar do Tremembé é olhar ao redor e reconhecer a existência de uma mitologia pessoal e coletiva a ser partilhada. É na condição de cineasta e morador do bairro há 30 anos que entrevejo neste documentário a possibilidade de criar uma rede de ligações dentro da minha própria comunidade: resgatando memórias, costurando idéias, legitimando os moradores meus vizinhos no ato de contar-se e reinventar-se.
O morador do Tremembé poderia ser personagem de certos poemas de Carlos Drummond de Andrade: arquetipicamente interiorano e em harmonia com a abundante natureza que o rodeia, representada pela Reserva da Cantareira e seu entorno. Essa sacralidade popular, aliada ao conceito dialético de modernização e perda das expressões arcaicas, é o que orientou a seleção dos objetos (materiais e imateriais) e das pessoas que estão sendo abordadas no documentário. A história do bairro, para mim, é o grande embate da civilização: o choque entre o antigo e o moderno, o rural e o urbano, o homem ocupando seu espaço na natureza.
Humberto Borges
Falar do Tremembé é olhar ao redor e reconhecer a existência de uma mitologia pessoal e coletiva a ser partilhada. É na condição de cineasta e morador do bairro há 30 anos que entrevejo neste documentário a possibilidade de criar uma rede de ligações dentro da minha própria comunidade: resgatando memórias, costurando idéias, legitimando os moradores meus vizinhos no ato de contar-se e reinventar-se.
O morador do Tremembé poderia ser personagem de certos poemas de Carlos Drummond de Andrade: arquetipicamente interiorano e em harmonia com a abundante natureza que o rodeia, representada pela Reserva da Cantareira e seu entorno. Essa sacralidade popular, aliada ao conceito dialético de modernização e perda das expressões arcaicas, é o que orientou a seleção dos objetos (materiais e imateriais) e das pessoas que estão sendo abordadas no documentário. A história do bairro, para mim, é o grande embate da civilização: o choque entre o antigo e o moderno, o rural e o urbano, o homem ocupando seu espaço na natureza.
Humberto Borges
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