TREMEMBÉ - 122 ANOS: SAUDADES DO TRENZINHO...
Tremembé - 10/Nov/2012
Estudos do Lions Club Tremembé apontaram que, em
1890, chegaram à região os primeiros "colonizadores" para habitar o então
distante Tremembé. Poucos anos depois a construção do "Trenzinho da Cantareira"
facilitou o acesso a mais moradores, principalmente portugueses, italianos e
alemães. O bairro tem 122 anos de história.
Paisagem verde do Tremembé,
vista da r. Mamud
Rahd.
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Tremembé, em tupi-guarani, significa terra
encharcada, pântano. Isso é explicado pela passagem do córrego Tremembé no fundo
do vale que forma o bairro. No passado, na estiagem após grandes chuvas,
permaneciam águas empoçadas do córrego, formando pântanos, "tremembés".
Para construir os tanques de abastecimento de água
para São Paulo na Serra da Cantareira, foi projetada uma linha de trem, saindo
do centro da cidade, por volta de 1893. Logo depois essa linha passou a servir
como transporte de passageiro, permitindo o crescimento do bairro. A linha do
trenzinho da Cantareira serviu o Tremembé por mais de 70 anos, até 1965.
Quadro com trem em 1950, e
foto no mesmo largo do Tremembé, em
2012
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Pedro Vicente de Azevedo foi presidente
(equivalente a governador) da província de São Paulo e tinha uma fazenda na
região no século 19. Sua mulher, Maria Amália Lopes de Azevedo, dá nome à
principal rua do bairro, e os filhos do casal dão nome a diversas ruas:
Albertina, Pedro, Eduardo, Lair e José Vicente. Esses filhos, liderados por
Eduardo Vicente de Azevedo, criaram em 1912 a Companhia Villa Albertina de
Terrenos, que deu início à urbanização do Tremembé.
A região ficou preservada por sua geografia
especial, no fundo de um vale ao pé da serra da Cantareira. Como essa paisagem
agradava aos europeus que viviam na cidade, muitas famílias de origem italiana e
germânica vieram para o bairro, à procura do clima mais fresco.
Regina Maura e o seu quadro
retratando o Tremembé por volta de 1920.
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O zoneamento da região também colaborou para a
preservação, permitindo que apenas edifícios baixos fossem construídos. Os
poucos edifícios mais altos foram erguidos em momentos de "brechas" na
legislação de uso e ocupação de solo, conforme sempre disseram os moradores
antigos.
Por ser um bairro "fotogênico", o Tremembé é um
dos bairros de periferia com mais registros fotográficos ao longo dos anos. Isso
também foi devido ao costume antigo que os europeus tinham de fotografar. Essa
peculiaridade gerou a prática de artistas plásticos de transformar essas cenas
em quadros a óleo, como os mostrados nessa matéria.
Minudências
@ Considera-se que existem três "Tremembés": O
bairro, situado entre a praça Dona Mariquinha Sciascia e a Fazendinha; a região,
que inclui bairros como Vila Rosa, Vila Albertina e Palmas do Tremembé; e o
distrito, divisão oficial da cidade.
@ O distrito do Tremembé é o 4º maior entre os 96
distritos da cidade, e tem uma população de 197.258 habitantes (IBGE- 2010).
@ As ruas Pedro e Lair, até a década de 1970,
tinham a maioria de seus moradores de origem alemã. A Vila Irmãos Arnoni
homenageia seus fundadores, a família Arnoni, italianos que chegaram ao bairro
por volta de 1910.
@ A igreja São Pedro de Tremembé se chama assim,
segundo o antigo morador Renato Franco, em homenagem a Pedro Vicente de Azevedo.
O santo foi escolhido por seus filhos, que criaram a Cia Villa Albertina de
Terrenos, que loteou a antiga fazenda.
@ A Casa de Cultura Tremembé ocupa o prédio da
antiga escola estadual Arnaldo Barreto. Antes disso foi um cinema, que na década
de 1920 passava filme mudo com música ao vivo.
@ O quadro mais acima, pintado por Suzi Karan,
pode ser visto na loja Samyland, na esquina das ruas Maria Amália Lopes de
Azevedo e Albertina.
@ Já o quadro pintado por Regina Mendonça, está em
exposição na revistaria e livraria O Sabiá que Sabia... Ler, na r. Maria Amália
Lopes de Azevedo 352.
@ Antigamente o Lions Club Tremembé promovia os
eventos de comemoração do bairro. Mas nos últimos tempos nada tem sido
programado. Neste 2012 a data praticamente passou em branco. Vale o registro
feito pelos jornais A Gazeta da Zona Norte e o A Chave de São Pedro.
@ O livro São Paulo Tramway Tremembé, volume 2,
pode ser encomendado pelo email contato@znnalinha.com.br (O volume 1
está esgotado).
Visitantes...desculpem a postagem errada....
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